Na borda do balcão
Caríssimos, o nome da coluna fica de provisório na ausência de outro melhor. A idéia é falar de vivências de mercado sob a perspectiva de quem já esteve dos dois lados da moeda e que lida com ambos o tempo todo. Vamos ver no que dá...
Por Alexandre Barbosa
O Retorno
Você chega à churrascaria ansioso pela picanha sangrando, babando por aquela gordura tipo exportação. Sabe aquelas de entupir artéria? Daí vem o garçom e te serve uma porção dupla de tofu com água. Que tal?
Uma das piores coisas na relação entre assessores e redação está nas falhas de comunicação e na má qualidade que ambas as partes apresentam na hora de dar retorno sobre qualquer coisa. Alguns exemplos típicos:
- O jornalista que, por má vontade dele ou de seu editor, passa um briefing de matéria para conseguir uma entrevista. Quando a matéria sai publicada, a história, o viés é completamente diferente. As declarações, dadas a partir de uma premissa inválida, acabam distorcidas. Isso, claro, ferra o assessor, e muito. Mas também manda para o vinagre a reputação do repórter e queima, pouco, a publicação.
É claro que na maioria das vezes, passa-se uma borracha por cima destes deslizes, afinal a divulgação é parte interessada e a matéria negativa acaba sendo recuperada mais tarde, até porque RP é RP, não é? Mas uma furada grave nunca se esquece e gera sementes ruins que vão gerar maus resultados futuros para todas as partes envolvidas.
Assessores também pagam sua cota. O jornalista liga e faz sua solicitação de produto ou entrevista com os respectivos prazos. O mínimo que se espera é um retorno, o mais breve possível de sim ou não, se o executivo solicitado dará a entrevista e em que condições. O que acontece? O assessor, sem saber se o cliente topará ou não, deixa o jornalista em banho-maria para negociar a participação do cliente, o que nem sempre acontece (lembrem-me de falar noutro artigo da influência das secretárias na relação assessor-redação). O galho é que o assessor considera o prazo máximo da pauta o tempo para que ele dê retorno. E não é.
E, por todas as irmãs Carmelitas Descalças, por que é que os assessores dizem que vão te dar um retorno, positivo ou não, naquele mesmo dia, até o dia seguinte e não levantam o gancho do telefone ou têm a dignidade de mandar um email?
Trabalho em excesso e pressão podem ser razões para que isso não aconteça, mas não servem de desculpa. Quem não vive sobrecarregado de trabalho nesse mercado hoje em dia? Assessor, não prometa retorno se você não tem a menor intenção de fazê-lo.
Você passa por várias coisas com esse deslize:
- Mentiroso
- Sacana
- Desorganizado
Também tem outros nomes, mas tem damas lendo esse texto e eu ainda sou da época em que é preciso se dar ao respeito.
Repórteres e editores, sejam honestos nos briefings. Se a apuração revelar a necessidade da mudança drástica de pauta, ao menos dêem a oportunidade das fontes participantes se pronunciarem. Isso é serviço ao leitor e reforça a reputação da sua publicação.
Assessores, cobrem retorno rápido de solicitações de jornalistas e liguem de volta quando o prometer. E, nunca, mas nunca mesmo deixem para dar retorno na última hora. Dar o retorno, quando negativo, pode não aumentar seu clipping, mas pelo menos o jornalista sabe que você fez seu trabalho.Seus clientes não dão retorno com agilidade? Insistam no mídia training, façam relatórios de pautas perdidas por ineficiência. Mostrem com cifras consistentes que a falta de retorno atrapalha os planos ousados de projeção que eles querem.
Alexandre Barbosa, 34, é colaborador das revistas Vida Executiva, Home Theater, Info Corporate, especiais da Info Exame e Linux Magazine. Já trabalhou como assessor na Publicom e S2 e garante que a coisa não está fácil nos dois lados do balcão.
reporteralex@uol.com.br
Por Alexandre Barbosa
O Retorno
Você chega à churrascaria ansioso pela picanha sangrando, babando por aquela gordura tipo exportação. Sabe aquelas de entupir artéria? Daí vem o garçom e te serve uma porção dupla de tofu com água. Que tal?
Uma das piores coisas na relação entre assessores e redação está nas falhas de comunicação e na má qualidade que ambas as partes apresentam na hora de dar retorno sobre qualquer coisa. Alguns exemplos típicos:
- O jornalista que, por má vontade dele ou de seu editor, passa um briefing de matéria para conseguir uma entrevista. Quando a matéria sai publicada, a história, o viés é completamente diferente. As declarações, dadas a partir de uma premissa inválida, acabam distorcidas. Isso, claro, ferra o assessor, e muito. Mas também manda para o vinagre a reputação do repórter e queima, pouco, a publicação.
É claro que na maioria das vezes, passa-se uma borracha por cima destes deslizes, afinal a divulgação é parte interessada e a matéria negativa acaba sendo recuperada mais tarde, até porque RP é RP, não é? Mas uma furada grave nunca se esquece e gera sementes ruins que vão gerar maus resultados futuros para todas as partes envolvidas.
Assessores também pagam sua cota. O jornalista liga e faz sua solicitação de produto ou entrevista com os respectivos prazos. O mínimo que se espera é um retorno, o mais breve possível de sim ou não, se o executivo solicitado dará a entrevista e em que condições. O que acontece? O assessor, sem saber se o cliente topará ou não, deixa o jornalista em banho-maria para negociar a participação do cliente, o que nem sempre acontece (lembrem-me de falar noutro artigo da influência das secretárias na relação assessor-redação). O galho é que o assessor considera o prazo máximo da pauta o tempo para que ele dê retorno. E não é.
E, por todas as irmãs Carmelitas Descalças, por que é que os assessores dizem que vão te dar um retorno, positivo ou não, naquele mesmo dia, até o dia seguinte e não levantam o gancho do telefone ou têm a dignidade de mandar um email?
Trabalho em excesso e pressão podem ser razões para que isso não aconteça, mas não servem de desculpa. Quem não vive sobrecarregado de trabalho nesse mercado hoje em dia? Assessor, não prometa retorno se você não tem a menor intenção de fazê-lo.
Você passa por várias coisas com esse deslize:
- Mentiroso
- Sacana
- Desorganizado
Também tem outros nomes, mas tem damas lendo esse texto e eu ainda sou da época em que é preciso se dar ao respeito.
Repórteres e editores, sejam honestos nos briefings. Se a apuração revelar a necessidade da mudança drástica de pauta, ao menos dêem a oportunidade das fontes participantes se pronunciarem. Isso é serviço ao leitor e reforça a reputação da sua publicação.
Assessores, cobrem retorno rápido de solicitações de jornalistas e liguem de volta quando o prometer. E, nunca, mas nunca mesmo deixem para dar retorno na última hora. Dar o retorno, quando negativo, pode não aumentar seu clipping, mas pelo menos o jornalista sabe que você fez seu trabalho.Seus clientes não dão retorno com agilidade? Insistam no mídia training, façam relatórios de pautas perdidas por ineficiência. Mostrem com cifras consistentes que a falta de retorno atrapalha os planos ousados de projeção que eles querem.
Alexandre Barbosa, 34, é colaborador das revistas Vida Executiva, Home Theater, Info Corporate, especiais da Info Exame e Linux Magazine. Já trabalhou como assessor na Publicom e S2 e garante que a coisa não está fácil nos dois lados do balcão.
reporteralex@uol.com.br
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